Título nacional: Reiniciados
Título original: Slated
Autora: Teri Terry
Editora: Farol Literário
Páginas: 430
*Livro recebido em parceria com a Farol Literário!
Reiniciados, é o primeiro livro da trilogia distópica da escritora Teri Terry. Pra quem não sabe distopia é um conceito filosófico utilizado na literatura que representa uma sociedade sustentada por governos totalitários que exercem forte domínio sobre o grupo social. E isso pode ser percebido pelo contexto histórico do livro (Coalizão Governamental ) que representa um momento que ainda não vivemos, mas podemos estar, de alguma forma, caminhando para acontecimentos semelhantes.
A protagonista da história, Kyla, deveria ser um livro em branco. Sem qualquer memória, aos dezesseis anos de idade entregue para uma nova família (sem saber da existência de uma antiga), para ser reintegrada a sociedade. Como ela só tem lembranças de uma vida monótona que levava no hospital, ela, inicialmente, não sabe lidar com certas situações naturais para um adolescente, como lavar pratos, abrir a porta de um carro entre outras coisas. Uma verdadeira criança em um corpo bem desenvolvido que deve ser ensinada e ter cada passo monitorado.
A explicação emitida para que ela aceitasse sua condição atual, é que ela estava tendo uma segunda chance na vida e deveria ser grata por isso. Pois, Reiniciados, são pessoas que cometeram crimes graves, não aceitos pelo governo. E como uma forma de recuperar cada ser humano infrator, foi realizado uma cirurgia que consistia em implantar um chip no cérebro, mas de uma forma que ele pudesse ser lido e que o estado de humor fosse quantificado e expressado externamente. A partir dai surgiram os Nivos. Aparelhos semelhantes a um relógio que traduz em números a felicidade ou a tristeza de uma pessoa, podendo também ser escaneados. Nivos muito baixos como 2.0 são extremamente perigosos, podendo causar confusões e consequentemente a morte.
Durante a leitura fica muito evidente a importância desse aparelho. Reiniciados devem sempre estar à procura da felicidade de modo a manter seus Nivos altos. Portanto, não devem ser expostos ao sofrimento.
Kyla, interessantemente, após a cirurgia, tem pesadelos constantes e repetitivos como se fossem cenas de sua antiga vida. Algo perigoso já que esses pesadelos abaixam seus Nivos e mais preocupante ainda, ela não deveria se lembrar do passado, mesmo que cada imagem apesar de cruel, não faça sentido. A partir dai ela tenta contornar esses pesadelos procurando um ambiente ameno neles pela força do pensamento ( árvores verdes, céu azul nuvens brancas...) ou algo externo que promova a liberação e/ou aumento da concentração do hormônio da felicidade, as endorfinas, como a ingestão de chocolate ou a atividade física.
Algo que vale a pena ser mencionado é o dom da protagonista para a arte. Com muita facilidade ela consegue traduzir seus pensamentos em desenhos perfeitos. Algo bom para ela manter seus Nivos altos, mas ruim já que em um papel ela pode ser capaz de deixar fluir que ainda tem resquícios do passado em sua mente, revelar rostos que não deveriam ser identificados e ter senso crítico. Ela não deveria ser capaz de pensar por si mesma. Como uma boa Reiniciada ela tem a obrigação de estampar um sorriso no rosto e ser passiva.
E por último, e não menos importante o misterioso segredo que sua família parece guardar. Sua mãe parece ficar sempre desestabilizada com a presença dos soldados da lei (Lordeiros) e mesmo sem ser uma Reiniciada tenta camuflar suas emoções e obedecer às regras. O que ela estaria escondendo?
Não restam dúvidas pra mim que esse livro marcou o meu ano e apesar da Kyla ter tido sua memória apagada ela sempre vai permanecer na minha.
Reiniciados é uma obra que tem o potencial de nos remeter a vários tipos de reflexões e questionamentos. Será que a humanidade está caminhando no sentido de produzir tecnologias para depois serem aplicadas contra nós mesmos (ou isso já estaria acontecendo)? Apagar a memória de uma pessoa seria algo realmente eficiente em eventos traumáticos? Seria essa a saída para os problemas? A dor, o sofrimento e a tristeza seriam sentimentos realmente desnecessários devendo ser evitados?
Confesso que toda aquela preocupação em deixar os Nivos altos em uma busca incessante pela felicidade (baseada em dados científicos) me deixava agoniada. A tristeza também é necessária, o estresse, a dor tudo isso nos faz aprender com os erros e sermos pessoas melhores. Outras situações que praticamente me irritavam, era o tratamento que Kyla recebia. Além de doses injetáveis de felicidade todos pareciam saber o que era melhor para ela. E qualquer passo que ela dava para se sentir melhor ou dar sentido a sua vida sempre a levava a encrencas.
Ah, não posso deixar de citar que o livro tem romance, mas não parece ser o foco principal (o que me alegrou muito). Torci a cada momento para que o casal Kyla e Ben desse certo, mas as coisas tomam um rumo assustador!
A protagonista da história, Kyla, deveria ser um livro em branco. Sem qualquer memória, aos dezesseis anos de idade entregue para uma nova família (sem saber da existência de uma antiga), para ser reintegrada a sociedade. Como ela só tem lembranças de uma vida monótona que levava no hospital, ela, inicialmente, não sabe lidar com certas situações naturais para um adolescente, como lavar pratos, abrir a porta de um carro entre outras coisas. Uma verdadeira criança em um corpo bem desenvolvido que deve ser ensinada e ter cada passo monitorado.
A explicação emitida para que ela aceitasse sua condição atual, é que ela estava tendo uma segunda chance na vida e deveria ser grata por isso. Pois, Reiniciados, são pessoas que cometeram crimes graves, não aceitos pelo governo. E como uma forma de recuperar cada ser humano infrator, foi realizado uma cirurgia que consistia em implantar um chip no cérebro, mas de uma forma que ele pudesse ser lido e que o estado de humor fosse quantificado e expressado externamente. A partir dai surgiram os Nivos. Aparelhos semelhantes a um relógio que traduz em números a felicidade ou a tristeza de uma pessoa, podendo também ser escaneados. Nivos muito baixos como 2.0 são extremamente perigosos, podendo causar confusões e consequentemente a morte.
Durante a leitura fica muito evidente a importância desse aparelho. Reiniciados devem sempre estar à procura da felicidade de modo a manter seus Nivos altos. Portanto, não devem ser expostos ao sofrimento.
Kyla, interessantemente, após a cirurgia, tem pesadelos constantes e repetitivos como se fossem cenas de sua antiga vida. Algo perigoso já que esses pesadelos abaixam seus Nivos e mais preocupante ainda, ela não deveria se lembrar do passado, mesmo que cada imagem apesar de cruel, não faça sentido. A partir dai ela tenta contornar esses pesadelos procurando um ambiente ameno neles pela força do pensamento ( árvores verdes, céu azul nuvens brancas...) ou algo externo que promova a liberação e/ou aumento da concentração do hormônio da felicidade, as endorfinas, como a ingestão de chocolate ou a atividade física.
Algo que vale a pena ser mencionado é o dom da protagonista para a arte. Com muita facilidade ela consegue traduzir seus pensamentos em desenhos perfeitos. Algo bom para ela manter seus Nivos altos, mas ruim já que em um papel ela pode ser capaz de deixar fluir que ainda tem resquícios do passado em sua mente, revelar rostos que não deveriam ser identificados e ter senso crítico. Ela não deveria ser capaz de pensar por si mesma. Como uma boa Reiniciada ela tem a obrigação de estampar um sorriso no rosto e ser passiva.
E por último, e não menos importante o misterioso segredo que sua família parece guardar. Sua mãe parece ficar sempre desestabilizada com a presença dos soldados da lei (Lordeiros) e mesmo sem ser uma Reiniciada tenta camuflar suas emoções e obedecer às regras. O que ela estaria escondendo?
Não restam dúvidas pra mim que esse livro marcou o meu ano e apesar da Kyla ter tido sua memória apagada ela sempre vai permanecer na minha.
Reiniciados é uma obra que tem o potencial de nos remeter a vários tipos de reflexões e questionamentos. Será que a humanidade está caminhando no sentido de produzir tecnologias para depois serem aplicadas contra nós mesmos (ou isso já estaria acontecendo)? Apagar a memória de uma pessoa seria algo realmente eficiente em eventos traumáticos? Seria essa a saída para os problemas? A dor, o sofrimento e a tristeza seriam sentimentos realmente desnecessários devendo ser evitados?
Confesso que toda aquela preocupação em deixar os Nivos altos em uma busca incessante pela felicidade (baseada em dados científicos) me deixava agoniada. A tristeza também é necessária, o estresse, a dor tudo isso nos faz aprender com os erros e sermos pessoas melhores. Outras situações que praticamente me irritavam, era o tratamento que Kyla recebia. Além de doses injetáveis de felicidade todos pareciam saber o que era melhor para ela. E qualquer passo que ela dava para se sentir melhor ou dar sentido a sua vida sempre a levava a encrencas.
Ah, não posso deixar de citar que o livro tem romance, mas não parece ser o foco principal (o que me alegrou muito). Torci a cada momento para que o casal Kyla e Ben desse certo, mas as coisas tomam um rumo assustador!
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Oi, Sabrina!
ResponderExcluirAdorei a premissa do livro! Gostei tbm do fato de ter um romance, mas não ser o foco principal!
E a capa do livro é bem bonita!
=D
http://osdragoesdefogo.blogspot.com/
Oi, Kaio!
ExcluirQue bom que gostou, se puder ler pode apostar vai valer a pena. Foi um livro que me prendeu do início ao fim.
Obrigada pela visita!
Beijos!