Título: Tony e Susan
Autor: Austin Wright
Editora: Intrínseca
Páginas: 334
Autor: Austin Wright
Editora: Intrínseca
Páginas: 334
Essa resenha é referente ao primeiro livro lido durante a Maratona Literária Eu Sou Doideira.
A história se inicia com Susan, uma mulher em torno dos 40 anos que tem uma paixão: a leitura.
Ela está em seu segundo casamento com Arnold, um renomado médico cardiologista. No entanto, quando mais nova, foi casada com Edward.
Há capítulos que esclarecem as circunstâncias nas quais Edward e Susan se conheceram. Na verdade, eles eram amigos de infância e voltaram a se reencontrar no período da faculdade, onde Susan não só o conquistou, mas o seduziu.
O divórcio não demorou a vir. Edward abandonou a faculdade para seguir um sonho que, provavelmente, não lhe traria estabilidade financeira. E além disso, nem sabia se era realmente bom no que almejava. Ele sonhava em ser escritor.
Susan, no entanto, não apoiou seus sonhos e projetos como uma boa esposa deveria fazer. A falta de cumplicidade e motivação parece ter sido o que causou diversas brigas e os levou a separação.
Contudo, depois de anos Edward envia um manuscrito para Susan; se trata de um livro que ele escreveu intitulado "Animais Noturnos" e quer que sua ex-esposa leia por considera-la como a mais importante e sincera crítica que ele já teve.
Desconfiada, encarando o manuscrito como algo repleto de segundas intenções, ela adia a leitura, inicialmente, de forma proposital. Mais tarde, ela se deixa dar uma chance a Edward e acolhe o manuscrito. Porém, depois de iniciada a leitura acompanhamos Susan não apenas como uma mãe e esposa. Mas como leitora.
De repente, somos transportadas, junto com Susan para uma viagem em família, onde Tony Hastings, sua esposa Laura e a filha Helen, estão indo em direção ao Maine. É noite, eles trafegam pela rodovia interestadual, cantarolando, conversando, felizes. Até que os momentos de alegria dão lugar a um intenso desespero. O carro da família é cercado por de pessoas estranhas que os fazem parar após colidirem com um dos carros na perseguição.
Ao pararem, um grupo os aborda, onde a esposa e filha de Tony são forçadamente empurradas para outro veículo e sequestradas, enquanto Tony vai para o seu carro acompanhado de um dos criminosos do grupo.
Trata-se de um livro, ou melhor, dois livros em um, muito inteligente e singular para se devorar rapidamente.
Durante a leitura, seguimos Susan e acompanhamos suas expressões e sensações. Sua euforia perante a trama que se desenrola, críticas, raiva e solidariedade ao personagem fictício que Edward criou além de sua tentativa de se distanciar do autor e suas peculiaridades que apenas ela como ex-esposa sabe e pode impedir que ela seja imparcial.
Assim como Susan eu ficava ansiosa para saber o destino de Tony e sua família entre outros detalhes. Mas somos obrigados a seguir o ritmo daquela que nos conduz. Susan faz diversas pausas na leitura, pois tem seus compromissos domésticos e parece ter uma vida totalmente voltada para o lar.
Ela se inclina as vontades e decisões do marido apesar de estar totalmente ciente disso, e sua falta de independência me perturba.
Fica também evidente seus problemas conjugais e sua preocupação com uma suposta traição do marido quando ele viaja para um congresso. Ao mesmo tempo, ela se vê surpresa e assustada por estar frequentemente com o pensamento em Edward.
Outro ponto que chamou muita atenção foi o impacto que o protagonista de Animais Noturnos despertou. Diferente de mim, Susan se mostrou solidária a ele em momentos que eu tinha uma vontade insana de penetrar naquelas páginas e fazer com que Tony fosse um homem de verdade e fizesse algo, qualquer coisa, mesmo que não desse certo que ajudasse sua família a escapar naquela noite.
Tony, foi extremamente ingênuo e medroso na rodovia. Durante a história esperei que o personagem evoluísse, demostrasse sentimentos e abandonasse aquela máscara de controle tão desnecessária, algo que demorou, mas finalmente aconteceu e pude acompanhar um Tony com desejos e sentimentos que não são nobres e muitas vezes nos envergonham, mas que fazem parte da nossa natureza.
Mas acredito que se não fosse a personalidade de Tony, que me foi tão irritante, talvez o livro perdesse seu charme e não ocupasse um espaço na minha memória como um dos livros mais apavorantes e perturbadores que já li.
Susan, de certa forma, atrasou minha leitura de Animais Noturnos, em seu lugar, com certeza, eu teria sido mais ágil do que fui e atropelado mais páginas em busca de respostas e vingança!
Música escolhida:
Por mais que eu procurasse foi uma tarefa impossível encontrar uma música que se encaixasse com a história de um livro tão complexo e intrigante.
Dessa forma, escolhi "Innocent" da Taylor Swift que me lembrou a parcela de culpa que o Tony Hastings carregava. E os constantes argumentos e sentimentos que Susan tentava reprimir para evitar desentendimentos com o marido, mas que mesmo sem ser intencional as confusões surgiam e Susan condenava a si mesma.
Durante a leitura, seguimos Susan e acompanhamos suas expressões e sensações. Sua euforia perante a trama que se desenrola, críticas, raiva e solidariedade ao personagem fictício que Edward criou além de sua tentativa de se distanciar do autor e suas peculiaridades que apenas ela como ex-esposa sabe e pode impedir que ela seja imparcial.
Assim como Susan eu ficava ansiosa para saber o destino de Tony e sua família entre outros detalhes. Mas somos obrigados a seguir o ritmo daquela que nos conduz. Susan faz diversas pausas na leitura, pois tem seus compromissos domésticos e parece ter uma vida totalmente voltada para o lar.
Ela se inclina as vontades e decisões do marido apesar de estar totalmente ciente disso, e sua falta de independência me perturba.
Fica também evidente seus problemas conjugais e sua preocupação com uma suposta traição do marido quando ele viaja para um congresso. Ao mesmo tempo, ela se vê surpresa e assustada por estar frequentemente com o pensamento em Edward.
Outro ponto que chamou muita atenção foi o impacto que o protagonista de Animais Noturnos despertou. Diferente de mim, Susan se mostrou solidária a ele em momentos que eu tinha uma vontade insana de penetrar naquelas páginas e fazer com que Tony fosse um homem de verdade e fizesse algo, qualquer coisa, mesmo que não desse certo que ajudasse sua família a escapar naquela noite.
Tony, foi extremamente ingênuo e medroso na rodovia. Durante a história esperei que o personagem evoluísse, demostrasse sentimentos e abandonasse aquela máscara de controle tão desnecessária, algo que demorou, mas finalmente aconteceu e pude acompanhar um Tony com desejos e sentimentos que não são nobres e muitas vezes nos envergonham, mas que fazem parte da nossa natureza.
Mas acredito que se não fosse a personalidade de Tony, que me foi tão irritante, talvez o livro perdesse seu charme e não ocupasse um espaço na minha memória como um dos livros mais apavorantes e perturbadores que já li.
Susan, de certa forma, atrasou minha leitura de Animais Noturnos, em seu lugar, com certeza, eu teria sido mais ágil do que fui e atropelado mais páginas em busca de respostas e vingança!
Música escolhida:
Por mais que eu procurasse foi uma tarefa impossível encontrar uma música que se encaixasse com a história de um livro tão complexo e intrigante.
Dessa forma, escolhi "Innocent" da Taylor Swift que me lembrou a parcela de culpa que o Tony Hastings carregava. E os constantes argumentos e sentimentos que Susan tentava reprimir para evitar desentendimentos com o marido, mas que mesmo sem ser intencional as confusões surgiam e Susan condenava a si mesma.