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21 abril 2016

[RESENHA] Submissa? Todos têm um dono - Fabiana Bertotti


Desde que conheci a Fabi Bertotti, através do canal da Fabiola Melo, soube que, além de jornalista ela já tinha escrito alguns livros. Então, fui correr atrás deles, pois sabia que seria uma leitura enriquecedora e que contribuiria muito para a minha vida espiritual.

Quando comecei a ler Submissa, tentei compreender o porque daquele título, e aos poucos fui entendendo. Como o livro é mais voltado para a mulher, ela fala sobre casamento, sexo, jugo desigual, feminismo, maternidade, beleza, saúde"... Assuntos que ela já aborda em seu canal no youtube. E, assim como nos vídeos, sua escrita não é diferente. Ela nos envolve e é bem direta, sem floreios ou expressões difíceis. Gosto disso na Fabi, a credibilidade que ela passa sem precisar usar uma linguagem rebuscada. Outro ponto interessante é como ela se abre e usa a sua experiência e vivências familiares como exemplo. No capítulo sobre Jugo desigual, ela dá o exemplo da mãe que viveu isso.

E, foi assim, iniciei a leitura e rapidinho terminei. Lembro que li Submissa em janeiro, nas férias. Mas voltei a ler o livro esses dias, não só com o intuito de resenhá-lo, e sim anotar alguns trechos no meu caderninho, verificar se assimilei mesmo cada capítulo e, além disso, refletir sobre algumas coisas que ela deixa ao fim de cada capítulo.

"Acontece que o amor envolve cuidados e estratégias para beneficiar quem se ama. É assim em casos menos nobres e o deve ser com as mães."

"Diminuir o tempo com Deus é diminuir a própria vida."

"Acontece que as dúvidas que nos atormentam no dia a dia nos impedem de ver a plenitude da graça que nos cobre. Ao se ver como uma mulher cristã, você, corre o risco de pensar em todas as regras que nos limitam, ao invés de olhar todos os códigos que nos protegem. Encontrar um Deus de amor infinito que conhece a alma feminina, dedica vários textos em sua preciosa carta para nos moldar e orientar é um conforto e tanto."

Uma coisa que ficou para mim, é que todos somos submissos a alguém ou a algo. Seja dominado pela sua carreira, dinheiro, fama, namorado, marido, estudos, comida etc. Porém, para uma mulher cristã (e para o homem também) ela deve ser submissa a Deus.

Foi uma leitura intensa e muito prazerosa. Se você gosta dos vídeos da Fabi, com certeza vai gostar do livro, que foi escrito com muita clareza e parece até que a gente está em um bate papo com a autora. Recomendo a leitura a todas as mulheres. 


09 abril 2016

[RESENHA] Sangue de Lobo- Rosana Rios e Helena Gomes



Título: Sangue de  Lobo
Autor: Rosana Rios e Helena Gomes
Editora: Farol Literário
Páginas: 413

Antes tarde do que nunca! Me envolvi com tantas coisas no mês de março que não consegui cumprir todas as minhas obrigações. Uma delas são as resenhas, mas aos poucos vou resolvendo essas pendências.

Vou confessar também que Sangue de Lobo, foi um livro que fui aproveitando aos poucos e eu não tinha intenção de termina- lo de tão agradável. Ele é daqueles livros nacionais que a gente lê e se orgulha de ser brasileiro. No meu caso fiquei duplamente encantada. Ler uma ficção tão bem trabalhada e que ainda se passa no seu estado, leva em consideração a sua cultura, culinária, e o sotaque local de uma forma natural, foi brilhante. Me senti bem representada!



Eu também não me imaginava apaixonada por um lobisomem. Pode ser que os vampiros tenham seu charme, mas antes de conhecer a história eu não conseguia aplicar o mesmo para um lobisomem.

Sangue de Lobo foi uma obra que me deixou bem pensativa a respeito de preconceitos com livros nacionais. Sei que essa barreira tem sido vencida aos poucos, mas mesmo assim tem leitores que relutam em ler livros nacionais. E não imaginam o que estão perdendo!




No livro da FAROL eu vivi em duas histórias, que acabaram por se repetir. Em Sangue de Lobo temos referência a um livro ,Coração Selvagem, com uma história que alguns acreditam ser apenas um folclore, bem macabra, de assassinatos em série envolvendo, bonecas, cabelos tosados, véu no rosto, um golpe no peito, uma psicopata e um lobisomen mais humano do que muitas pessoas por aí. O tal livro antigo serviu de pano de fundo para uma cena inicial de RPG e para os acontecimentos inesperados na pacata cidadezinha.

Assim, o livro é uma mescla das cenas do presente que se passa em 2008 na cidade de Passa Quatro- MG. E acontecimentos assustadores dos capítulos do livro escrito no século XX que também se passa na cidadezinha mineira.

Amei cada detalhe do enredo, desde a escolha dos nomes das personagens, que no início eu acabei confundindo, mas pelo fato das duas Chris terem personalidades e histórias de vida bem contrastantes eu pude identificar cada uma mesmo com nomes parecidos.

Apesar de ser um livro de suspense, temos romance e muito bom humor. Ele é um pouco grandinho e com uma fonte menor do que estou acostumada a ver nos livros da editora, mas nada que prejudique a leitura. Fiquei bem impressionada com a diagramação. Desde que recebi o livro fiquei admirando a capa, a orelha... Coisas de leitor! E se eu não disse ainda, escreverei agora: Leiam, leiam e leiam!

23 março 2016

[RESENHA]: As Aventuras de Pi- Yann Martel


Título original: Life Of Pi
Título nacional: As Aventuras de Pi
Autor: Yann Martel
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 371

Nem acredito que finalmente irei publicar essa resenha, depois de um ano tentando ler o livro! Mas não me entendam mal, não é que o livro seja ruim, porque realmente não é esse o motivo. Ele só traz informações demais e detalhes que para o andamento da leitura foram um pouco irrelevantes; e capítulos que mesclam 4 páginas a duas linhas...

Adquiri o livro depois de ouvir muitos comentários positivos sobre o filme, escutei que se tratava de uma história forte, delicada e que me faria acreditar em Deus. Então comecei a ler o livro bastante ansiosa e de olho na promessa.

A história gira em torno de um menino indiano, Piscine Molitor Patel, também conhecido como Pi, um menino que sofreu um pouco de Bullying na época da escola devido aos apelidos em torno de seu nome, mas que de uma forma criativa mudou essa situação. Aos poucos vamos conhecendo a sua família, hábitos, religião e o espaço aonde ele foi criado. Pi viveu rodeado pelos animais do zoológico do qual o pai era proprietário e algumas cenas nesse ambiente me marcaram mais do que a parte do naufrágio, que eu irei contar um pouco mais adiante.

Outro fato que me chamou bastante atenção foi a sensibilidade do garoto e como ele foi se descobrindo. Tem um capítulo onde é narrado uma situação constrangedora em relação as suas religiões (ele era hindu, cristão e mulçulmano). Na verdade, Pi, começou a conhecer várias religiões e a praticar coisas específicas de cada uma sem que os outros soubessem. Até que em um momento isso vem a tona e a situação apesar de ser ruim para o protagonista é bem engraçada.


Depois de algumas cenas de sua infância e adolescência (que se estende um pouco) chega o grande momento, que são as cenas do naufrágio. O que vou dizer não é nenhum spoiler, pois está na orelha do livro. Em um dado momento o pai de Pi decidi vender o zoológico e grande parte dos animais para se mudar para o Canada. Nisso, eles embarcam no navio japonês tisimtsum na companhia de alguns dos animais. Devido a uma grande tempestade e a fragilidade da embarcação o navio naufraga dando fim a família do protagonista (mãe, pai e um irmão). É uma cena bem triste e ao assistir o filme fiquei um pouco emocionada.

A partir desse fato o garoto consegue escapar em um bote que logo revela a presença de outros animais, como uma zebra, um orangotango, uma hiena e o tão falado tigre de bengala com um nome muito chique: Richard Parker. Há uma história por trás do nome do animal, é curta, mas vou deixar esse detalhe para quando vocês lerem o livro. Enfim, o final desses animais, com a exceção do tigre foi algo que me marcou também e me deixou bastante irritada.


Após restar no bote apenas o protagonista e o tigre eles passam um longo tempo juntos, mas não pense que essa relação foi fácil. O fato de Pi ter tido uma vivência no zoológico foi essencial para que ele domasse o tigre e ambos se mantivessem vivos. Sinceramente, apesar dos inúmeros detalhes eu não sei em quais partes o personagem está lúcido ou narrando acontecimentos fantasiosos. Vou deixar isso em aberto. Pois pela sua condição de fome, desidratação, insolação e a perda da família obviamente mexeu com suas estruturas e levou a alguns delírios.


Como eu disse no início, o livro é muito rico em detalhes, alguns só serviram para arrastar a leitura e muita, muita coisa presente no livro não está no filme porque realmente em tão pouco tempo seria impossível explorar tantos fatos.

Não vou mentir, a história me tocou de uma forma singular apesar da minha demora em finalizar a leitura. E se ele cumpriu com a promessa? Bem... apesar de ser uma ficção, guardei muitas lições e reflexões do personagem comigo e que me deram força. E sim, me fizeram acreditar mais em Deus ao ver o quanto ele acreditava na sua salvação, que não estava sozinho e que ele apesar de todo tempo ocioso e solitário em meio ao Oceano Pacífico nunca deixou de orar.  Ah, quero dar uma informação importante, o livro é uma história contada por Pi, para um escritor.


14 fevereiro 2016

[RESENHA]: As Vantagens de Ser Invisível- Stephen Chbosky


Título original: The Perks Of Being a Wallflower
Título nacional: As Vantagens de Ser Invisível
Autor: Stephen Chbosky
Editora: Rocco
Páginas: 223


"Com amor, Charlie."

Acho que deveria existir alguma forma de a gente ser imune a decepções com livros. As Vantagens de Ser Invisível deveria ter figurado em um post sobre leituras empacadas, mas eu decidi finalizá-lo nesse feriado. E olha, foi difícil fazer a leitura andar, e tentativas não faltaram fiz de tudo pra gostar da história, mas não deu!

Desde que assisti ao filme, empolgada por ter no elenco atores de que eu gosto muito, relevei algumas cenas, mas no geral apreciei a adaptação e permaneci ansiosa por ler o livro, pensando que ele teria mais detalhes e que tinha tudo pra ser meu favorito, ledo engano...

Vamos a história, o livro é todo constituído de cartas que o protagonista, Charlie, escreve para uma pessoa anônima. Ele é um garoto muito solitário, seu único amigo suicidou-se, um de seus parentes por quem ele nutria grande afeição também faleceu, e o que lhe resta são os livros. No entanto, sua vida monótona começa a ganhar cor na sua nova escola, onde ele conhece Sam e Patrick, ambos mais velhos do que ele, e seu professor (melhor personagem, na minha opinião, queria ter tido um professor assim) que o apresenta a vários livros.


Sam e Patrick, são os responsáveis por tirar um pouco da inocência de Charlie, o convidando para inúmeras festas onde só rolam drogas, sexo e rock in roll. Eu poderia até resumi-lo como sendo 220 páginas de festas, piadas de adolescentes sobre sexo, irresponsabilidades e inadequação. Ao longo da história o leitor sabe que Charlie tem algum problema de saúde mental, e não apenas por não se encaixar no mundo e por sua dificuldade em fazer amizades. Há várias passagens  em que ele tenta fugir da realidade, ora lendo ora se obrigando a escrever cartas. Outras vezes ele cria cenas, situações imaginárias de seus novos amigos, como se elas fossem reais. E seus pais também o tratam de uma forma diferente, comedida. Depois de ter se envolvido com Sam, garota por quem ele tem uma queda, e Patrick, o protagonista começa a ter vários vícios e acredito que isso tenha piorado seus delírios. 

Enfim, não sei se o livro é uma crítica a como os jovens de hoje são invisíveis para a sociedade, procurando do lado de fora algo que os faça bem por dentro... Ou a ideia era passar que existem muitos Charlies, desajustados, solitários e que o universo deles se baseiam em drogas, bebidas e sexo, isto é, vivendo na superfície, com receio de saber o motivo de sua inadequação. Levando uma vida com se não existisse amanhã. Seja qual for a ideia, não me agradou, fiz de tudo para salvá-lo, mas a história foi repetitiva a cada capítulo, e olha que o livro é dividido em quatro partes e eu não percebi mudança alguma. Os personagens continuaram imaturos mesmo com a passagem de tempo. O lado bom foi alguns quotes que as observações de Charlie renderam. Preciso dizer que ele é bem perceptivo, sempre tem uma reflexão para acontecimentos corriqueiros.


Fiquei bem decepcionada com o livro, depois do filme pensei que ele seria mais profundo, mas os detalhes que foram enxugados na adaptação não fizeram a menor diferença para mim. Outro ponto que me entristeceu foi não encontrar a capa original do livro, e, como se não bastasse o preço salgado, as páginas são brancas. E aqui vai meu desabafo para algumas editoras que elevam os preços de seus títulos, mas não fazem o mesmo pela qualidade editorial, um completo desrespeito.

Para finalizar, com certeza NÃO vai ser um livro que irei reler, talvez você que curte histórias com adolescentes desajustados goste, mas acho que essa fase minha já passou. E talvez a minha decepção esteja ligada a falta de identificação e por hoje não gostar de ver os jovens representados como seres sem autoestima (a Sam e a irmã de Charlie representaram bem isso),  levados apenas por prazeres momentâneos, que não conseguem conhecer a si próprio e precisam de um cigarro, maconha ou bebidas para se sentirem bem.


19 janeiro 2016

[RESENHA] Indomável- Nick Vujicic


Título original: Unstoppable
Título nacional: Indomável
Autor: Nick Vujicic
Editora: Novo Conceito
Páginas: 248


Indomável, faz parte da minha escolha por livros que contribuam para o meu crescimento espiritual. Ele é o segundo livro do autor, e o primeiro que leio, portanto não espere comparações com outras obras. Não lembro bem quando foi que eu ouvi falar do Nick Vujicic, mas ao ver a capa e ler a sinopse já sabia que a leitura seria impactante.

Nick nasceu sem braços e pernas e suas deficiências não se tornou um empecilho para que ele desenvolvesse todas as áreas de sua vida e prosperasse. Mas como ele conseguiu isso em um mundo projetado para pessoas "perfeitas"? Posso afirmar que foi a partir do momento em que ele desenvolveu uma fé inteligente.

Apesar de ter sido criado em um lar cristão, Nick em alguns momentos de sua vida, principalmente durante a adolescência, duvidou de sua capacidade, acreditou que seria um fardo para sua família, passou por depressão, pensou em suicídio... Lançou vários questionamentos ao seu criador, pois se Ele era um Deus de amor, como permitiu que ele nascesse sem braços e pernas? 

Foi nesses momentos que Nick retrata de dúvidas que mais me identifiquei com ele. Quantos de nós em meio aos problemas desacreditamos do amor do Pai e nos convencemos de que talvez somos o filho do qual Ele não gosta?! Felizmente, Nick superou seus receios e o grande medo de ser um fardo quando ele parou de se comparar com os outros e se orgulhou de sua condição única. Além de voltar seu olhar para as coisas que ele conseguia fazer e não nas que não poderia. E hoje viaja o mundo sendo uma fonte de inspiração para milhões de pessoas, sem focar nas suas limitações.

"Se você tem uma doença fatal ou uma deficiência como as minhas, não há recuperação. Há apenas o restante de sua vida. Você pode sucumbir ao tempo que lhe resta cedendo a autopiedade, amargura e raiva ou pode aceitar o desafio e fazer o máximo com essa oportunidade de Deus."

"O que alguém diz ou faz a você nunca deve definir quem você é. Deus o criou com um objetivo. Você tem valor aos olhos Dele. Tenha fé nisso e depois pratique a fé se colocando acima de qualquer crítica, fofoca ou abuso que lhe tenha ocorrido no passado. Você foi feito de perfeição por Deus. Não deixe que ninguém lhe diga o contrário."

"Não importa em que ponto você está da vida, você jamais deve pensar que tudo está perdido. Você pode ter se desviado do caminho certo. Pode até mesmo ter feito coisas horríveis , mas isso não significa que você não possa dar uma reviravolta na vida, encontrar uma nova paixão e se tornar uma força do bem neste mundo."

O livro aborda vários assuntos, como vida sentimental, violência verbal, bullying, doença, suicídio, e conta com histórias de pessoas que Nick conheceu durante suas visitas e palestras. Várias delas me tocaram e tenho certeza que farão o mesmo com quem se dispor a ler. Pode ser que chegue um momento em que a leitura fique um pouco cansativa pelo fato de alguns assuntos se repetirem. Mas mesmo assim, foi gratificante ter a oportunidade de conhecer sua história e aprender diversas lições. Se você gosta de livros motivacionais é uma ótima escolha.


23 dezembro 2015

Sorteio Natal Literário


Olá, leitores!

Quem aí gosta de ganhar livros de presente? Acredito que todo mundo, não é mesmo? Pensando nisso o blog Books and Movies se juntou com o Asas Secretas mais 34 blogs para transformar o Natal de vocês em uma verdadeira festa literária.

Serão 30 livros + mimos para 5 ganhadores. Para participar é muito fácil, basta seguir as regras e torcer para ser um dos felizardos!
REGRAS:
  • Será um vencedor para cada kit;
  • O sorteio inicia hoje (23/12) e vai até 31/01;
  • Ter endereço de entrega no Brasil;
  • Seguir as regras obrigatórias do formulário;
  • O contato com o ganhador será feito via e-mail, por isso é MUITO IMPORTANTE informar um endereço de email válido;
  • O prazo para o ganhador responder é de 3 dias (ou seja, 72h). Caso não haja retorno, o sorteio será refeito;
  • Cada blog ficará responsável pelo envio do seu livro em até 45 dias ÚTEIS após o sorteio;
  • Nenhum blog tem qualquer responsabilidade por extravio ou perda por conta dos Correios.
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a Rafflecopter giveaway Boa sorte a todos!

26 novembro 2015

[RESENHA] O Discípulo da Madrugada- Pe. Fábio de Melo


Título: O Discípulo da Madrugada
Autor:  Pe. Fábio de Melo
Editora: Planeta
Páginas: 182 

"O entendimento não nos chega quando queremos. O entendimento nos chega quando podemos."


Sou uma leitora assídua dos livros do Pe. Fábio e mesmo sabendo que ele é um grande escritor e uma pessoa muito sábia, fui deixando "O Discípulo da Madrugada" cada vez mais escondido na prateleira. Mas eis que resolvi tira-lo da poeira e, antes mesmo de finalizar a leitura fiquei irritada comigo por não ter lido ele antes, uma reação muito comum para um leitor com uma lista interminável de livros para se aventurar. Contudo, fiquei pensando que nada é por acaso, e com o sentimento de que eu o li no momento certo. Acredito que se eu tivesse tentado lê-lo antes, a leitura não teria sido tão proveitosa e o entendimento não viria.

Bom, vamos para obra! O livro retrata um personagem religioso que se torna amigo de Jesus, e posso dizer que por vergonha de ser encontrado na sua presença passou a encontrá-lo nas madrugadas. E, nesse espaço de tempo o discípulo que temia a luz passa a receber inúmeras lições, tendo sua vida transformada  pelas palavras de Jesus.

No entanto, o livro tem início no momento da crucificação de Jesus e a análise do personagem de suas atitudes, ou melhor da falta dela, já que ele não se levantou para defender o amigo, é comovente e é impossível o leitor não se identificar com o personagem, com as suas misérias, com os seus limites.

"Os descaminhos também nos fazem chegar. Ainda que nos faltem discernimento para perceber, a natureza da vida é paciente com os debilitados." p. 11

Os diálogos entre o personagem fictício e Jesus também são perturbadores. Muitas de suas perguntas foram questionamentos que existem dentro de mim e que incomodam. Como, por exemplo, compreender as escolhas de Jesus? Como ser bem-aventurado na perseguição? Como encarar o sofrimento como uma benção? Como ler salmos em que Deus é representado como um ser que lutará para MATAR nossos inimigos, afinal Deus não é AMOR? Ou, por outro lado, se firmar na Lei com MEDO de castigos divinos. Como está escrito no livro e muitas pessoas ainda não tomaram conhecimento: "Esqueceram de me contar que Deus é amor". E eu por muitas vezes na minha vida fui uma pessoa que seguia cegamente uma religião ou me envaidecia pensando que Deus lutaria por mim simplesmente por ter uma religião e hoje percebo o quanto estava enganada. Mas nunca é tarde para aprender a ter uma fé inteligente.

"A Lei sagrada não foi estabelecida para nos oprimir. Ela é fruto do amor divino." p. 90

O personagem, como eu disse, é muito humano, e em vários dos seus posicionamentos me vi nele. O livro é lindíssimo e estou segura de que apenas uma leitura não é suficiente para absorver e acolher tudo que é ensinado. É uma obra que eu sugiro de coração a leitura, pois proporcionou muito conhecimento com uma delicadeza que só o Pe. Fábio consegue alcançar. 


21 novembro 2015

[RESENHA]: A Playlist de Hayden- Michelle Falkoff



Título original: Playlist For The Dead
Título nacional: A Playlist de Hayden
Autora: Michelle Falkoff
Editora: Novo Conceito
Páginas: 285

Já faz um bom tempo que estou com "A Playlist de Hayden" para resenhar, mas tive de criar prioridades e passar alguns livros na frente. Na verdade ele é uma cortesia da Novo Conceito, e eu quero aproveitar esse momento para agradecer apesar do atraso. OBRIGADAAA!!!

Pois bem, o livro gira em torno da morte de Hayden, melhor e único amigo de Sam. Os dois se identificavam muito por se considerarem estranhos e não se encaixarem no mundo. Ambos adolescentes e com problemas e dúvidas comuns dessa fase, porém de uma forma mais intensa. Hayden um garoto com um peso um pouco acima para os padrões, tímido, desajeitado, geek e disléxico passa a sofrer bullying e não encontra nenhum apoio da família, inclusive os irmãos eram os próprios autores das intimidações. Tudo isso sabemos através de Sam, já que no primeiro capítulo sabemos que Hayden tirou a própria vida, porém, Sam, mesmo sendo o melhor amigo do garoto não esperava tal atitude e é pego por essa surpresa desagradável. A partir dai ele se vê completamente sozinho e querendo desvendar os motivos que o levaram a cometer suicídio.


Aos poucos vão surgindo pistas, fatos e pessoas que podem levar a uma resposta satisfatória, como a playlist deixada por Hayden, uma amiga dele que Sam nem sabia que existia e conversas em um chat de jogo on-line.

O livro conta com passagens bem reflexivas e tristes que contrastam com momentos alegres e muita ironia. Talvez a ideia da autora seja de que o leitor leia a história ouvindo as músicas indicadas em cada capítulo. Porém, cada leitor é de um jeito e eu sinceramente não consigo ler escutando música. Mas valeu a intenção, até porque muitas eu já conhecia e consegui relacionar com o enredo.

A minha recomendação vai para os leitores que gostam de histórias que envolvam mistério, romance, suicídio, música e dramas adolescentes como bullying, homofobia e problemas familiares. É um livro que a leitura flui naturalmente, consegui finalizá-lo em pouco tempo. Esse é o primeiro livro da escritora e eu espero ver mais obras dela por aí, realmente ela tem um estilo de escrita animador.


12 novembro 2015

[RESENHA]: Até Que Eu Morra- Amy Plum



Título Original: Until I Die
Título Nacional: Até Que Eu Morra
Autora: Amy Plum
Editora: Farol Literário
Páginas: 429
Onde Comprar: Livraria Cultura
Saraiva

A resenha da vez é o segundo livro da trilogia revenants, "Até Que Eu Morra", publicado pela Farol Literário. Para aqueles que não conhecem a história sugiro que leiam a resenha do primeiro livro clique aqui. Bom, a história tem início na mansão dos revenants, local onde Kate agora passa a maior parte de seu tempo suando em treinos de autodefesa e com o objetivo de quem sabe ser capaz de proteger Vincent e sua estirpe dos Numa. A sua transpiração também tem outra causa: Vincent. Percebi nesse livro o quanto Kate mudou e está, digamos, "soltinha". Confesso que eu aprovava mais o ar recatado da donzela do primeiro livro, mas penso que talvez aquilo tudo fosse uma forma dela lidar com a perda dos país.

Kate e Vincent continuam super apaixonados, porém o casal entra em conflito devido a um pequeno detalhe: um deles é imortal enquanto que o outro não tem uma vida looonga pela frente. E há outro problema. Vincent, para agradar sua amada, tenta negar o seu constante desejo de morrer durante salvamentos.

"E cada vez que beijo tua mão em despedida, e cada ausência que a isso se segue, são prelúdios para a separação eterna que em breve teremos." p.64

Movidos pela paixão ambos buscam meios de resolver esses impasses, cada qual a sua maneira e mantendo segredinhos... A partir daí já dá pra entender que teremos problemas, pois apesar de um querer o bem do outro, agir em segredo não é adequado em um relacionamento ainda mais quando se trata de seres sobrenaturais com inimigos poderosos.



"Ele me completava. Não que eu não fosse uma pessoa completa por mim mesma. Mas a pessoa que ele era parecia completar a pessoa que eu era." p. 213

O que mais gosto nos livros dessa trilogia é que apesar  de se passar em Paris, vários locais da França são mencionados, dicas culturais, de arte, pela qual a Kate é apaixonada, e nenhuma delas envolve a Torre Eiffel. Adoro também o casal principal, mas gostei mais do primeiro livro, por um detalhe que fez toda a diferença: a repetitiva ideia em livros de ficção de se achar respostas para todos os problemas em uma pesquisa, seja em livros ou pela internet. Não sei vocês, mas não concordo com esse tipo de resolução nos livros de fantasia, em Harry Potter já foi assim, Fallen, Sussurro..

No entanto, mesmo com esse lado que me desagradou recomendo a leitura para aqueles que amam o universo sobrenatural, mistério, ação, romance e de se sentir como se fizesse parte de uma família de desmortos, pois é como eu me sinto em relação aos revenants.


13 setembro 2015

[Desafio 1] Godllywood Brasil


1) O que você tem tido dificuldade de sacrificar para Deus em sua vida? Vira e volta e você acaba desagradando o seu Senhor através disso. Dê um basta nisso, decida sacrificar o que for de uma vez por todas e como prova disso, faça questão de perder algo como sinal de que o sacrifício foi feito de verdade. Se você quiser, conte-nos o sinal que você escolheu para dar como prova de sua determinação no Facebook.com/Godllywood – sem se esquecer de incluir #DESAFIOGODLLYWOOD


Como eu havia prometido, essa é a primeira tarefa que decidi realizar no desafio. Primeiramente, são apresentadas três tarefas e a participante deve escolher aquela ou aquelas em que ela acredita poder cumprir. Eu escolhi essa, porque sei que tem muitas coisas, atitudes e pensamentos que me impedem de ficar realmente próxima do Pai. São coisas materiais em que me apeguei, por exemplo, os livros, comportamentos nocivos que me impedem de crescer, como a timidez, a mania de procrastinar ou de querer fazer várias coisas e no final não fazer nada. e o descuido com a minha saúde e alimentação. Enfim, são muuuitas coisas e o desafio pede que eu escolha uma e sacrifique algo como uma prova.

Bom, eu decidi trabalhar com cada aspecto que dificulta o meu relacionamento com Deus, de modo que eu consiga subir um degrau. Mas o primeiro foi desapegar de coisas materiais, e aqui entra a questão dos livros. Tenho acumulado muitas obras e tenho consciência de que algumas eu jamais irei reler, então porque me apegar a elas? Posso muito bem abrir espaços no meu quarto para o novo e permitir que outras pessoas leiam as histórias que eu conheci, principalmente através dos livros que ganhei de parceria ou sorteios.

Dessa forma, resolvi doar alguns para bibliotecas públicas, outros irei sortear aqui no blog. Outra postura que adotei também em relação a leituras, é ser mais seletiva. Não pretendo ler histórias que me afastem dos ensinamentos de Deus, como por exemplo, livros eróticos. Esse tipo de leitura nunca me atraiu, mas têm livros de YA que acabam tendo cenas com conteúdo sexual e que realmente não me fazem bem! Mas Sabrina, você já tem 23 anos! Perdão, mas não quero poluir minha mente com aquilo que eu acredito que não me edifica, que trata nosso corpo como um objeto a serviço de um prazer temporário e sou livre para escolher o que vou ler e assistir!

Logo, logo quero postar as fotos dos livros sendo doados. Estou preparada para deixar meu quarto mais leve, com os livros que foram importantes na minha vida e que pretendo reler. E pronta também para disseminar histórias nas bibliotecas da minha cidade. E, ah, se você for de BH e tiver interesse em livros didáticos ou apostilas do ensino médio, que são uma ótima oportunidade para estudar para o ENEM entre em contato comigo, pois tenho vários prontinhos para serem doados. =)

11 agosto 2015

[RESENHA] A Mulher V- Cristiane Cardoso

Título: A Mulher V
Autora: Cristiane Cardoso
Editora: Thomas Nelson Brasil/ Vida Melhor Editora S.A 
Páginas: 293

Esse livro foi um grande presente que eu dei a mim mesma. Sim, na vida temos que nos presentear e quando o assunto é livros, eu escolho mesmo, garimpo, quero as melhores histórias, as melhores palavras, aprendi que isso é uma questão de cuidado.

Quando vi A Mulher V na prateleira, eu nem sequer conhecia a autora do livro, na verdade eu lembrava vagamente do seu rosto em um canal televisivo, mas nunca tinha dado atenção. E nessa de fazer compras pra suprimir mágoas (algo que uma Mulher V não faria), achei seriamente que aquele livro seria uma ótima opção e acertei!

Pra começar, acho que vai ser difícil deixar de lado a religião, na verdade a fé cristã para resenha-lo. O livro é um apelo a valorização da mulher, por meio de atitudes, gestos, palavras, mas tudo baseado na Mulher Virtuosa de provérbios 31, nas mulheres da Bíblia (Sara, Rebeca, Ruth... e outras até pouco conhecidas) e nos testemunhos da própria autora, que certamente foi um bônus sendo que várias vezes me identifiquei com ela. Deu vontade de abraçar a Cristiane em vários momentos e pedir pra sermos amigas, mas com todos os bons conselhos que ela proporcionou e com a história de vida que compartilhou, acho que já somos.


"As mulheres perderam a sua essência feminina, a beleza que era vista até no jeito como andavam. Por alguma razão, agora os padrões de beleza são completamente diferentes; o que importa é a aparência." p. 11

Bom, se você é feminista, pode se irritar com algumas propostas e com o passo a passo para se tornar uma Mulher Virtuosa. Sei que graças ao movimento feminista ganhamos muitas lutas e o livro reconhece isso, mas perdemos muito também. Ultimamente, tenho refletido muito sobre como eu tenho sido tratada e não estou feliz com isso. Tenho carregado marcas e feridas simplesmente pelo fato de ser mulher e essa espécie, no meu ponto de vista, tem se rebaixado tanto, tem aceitado migalhas e ficado umas contra as outras de uma forma que dói, na alma. Somos convidadas a todo instante a olhar para os nossos corpos e enxergar defeitos que devem ser corrigidos rapidamente. E quando você pensa que resolveu um, já apareceu um novo defeito. Somos policiadas, geralmente, por outras mulheres. São fofocas e comentários para nos colocar pra baixo, músicas que apelam para ficarmos umas contra as outras ("expulse as invejosas", "meu cabelo você quer, o meu brilho você quer, mas você não leva jeito"... )


"Como tudo neste mundo, quanto mais rara for uma determinada coisa, maior será o seu valor e menos pessoas a possuirão."p.21

"Fofoca ou crítica aos outros. Esse é um sinal de que você provavelmente tem poucas amigas, e as amigas que tem provavelmente não confiam em você." p.219

"A beleza se torna fútil quando não é acompanhada pela discrição. Se não há discrição, não há beleza." p.219

O livro fala dessas imposições da mídia, de como uma Mulher V cuidaria de seu corpo e o amaria por inteiro, entre outras coisas. Cada capítulo começa com uma citação dos provérbios e uma reflexão para ser incorporada nos dias de hoje. Apesar de trazer uma visão antiga, pré-feminista, ela é contextualizada e isso realmente é um diferencial. No final de cada capítulo há uma página para anotações e perguntas que nos levam a refletir o que precisa ser modificado ou aprimorado para que você se torne uma mulher valorizada, um "rubi".

Sem dúvida, esse é um livro que vou precisar estar relendo constantemente e que me influenciou de uma forma positiva. Não sou evangélica, mas isso de fato não foi um empecilho e foi uma leitura que só acrescentou. Pretendo agora presentear outras mulheres com ele, inclusive sortear alguns exemplares no blog, o mundo está precisando de Mulheres Virtuosas.



25 julho 2015

[RESENHA] Feliz Por Nada- Martha Medeiros


Título: Feliz Por Nada
Autora: Martha Medeiros
Editora: Arqueiro
Páginas: 144

Andando pelas lojas Americanas deixei que meus pés me guiassem até a minha parte favorita da loja; a sessão de livros. Dentre as promoções decidi que no dia do escritor levaria para casa um livro nacional. Havia poucas opções, mas dentre elas resolvi que seria bom apostar em uma autora que, apesar de sempre ouvir falar, só tenho contato com trechos de seus livros espalhados pelas redes sociais, estou falando da Martha Medeiros.

Confesso que eu não sabia o que esperar do livro que comprei, mas eu nutria boas expectativas. Ao  folheá-lo percebi que se tratava de um livro de crônicas e apesar de muitos não curtirem, eu amo esse tipo de leitura. Continuei folheando e fui parando nos títulos que me interessavam assim não li o livro na ordem e isso definitivamente não fez a menor diferença. De início, não aprovei muito o que estava lendo, acredito que o motivo seja porque a maioria das crônicas era marcada por opiniões que eu não concordava. Dessa forma, fui criando uma antipatia pela autora, algo muito ruim, e fiquei chateada pensando que tinha feito uma escolha errada.

"Esperar o melhor dos outros é uma atitude contagiante, mas, infelizmente, esperar o pior também é. E fica essa guerra de nervos no ar." p.83

"Algumas vidas podem ser tristes, outras são desperdiçadas, mas, num sentido mais absoluto, não existe vida errada."p.78

Porém, depois de tomar um banho e relaxar, não sei o que houve, mas finalmente encontrei algumas crônicas que despertaram o meu interesse. Acho que elas fluíram melhor por serem mais simples e conterem menos julgamentos. Martha Medeiros em Feliz Por Nada consegue refletir sobre tudo, quando digo tudo, é tudo mesmo. Ela faz de uma frase banal que ela ouviu por aí uma crônica, fala de cinema, de relacionamentos, de música, de elegância, de decoração, de Brasil.

Apesar de não ter conseguido aproveitar a leitura de imediato, recomendo o livro. É muito fácil de ler, em poucas horas já concluímos a obra e saímos dela pensativos, reflexivos e até inspirados. Se você gosta de ler crônicas ou de uma leitura rápida é uma boa pedida. É bom frisar também que apesar da capa e do título, não se trata de um livro de autoajuda, mas nem por isso ele deixa de oferecer conselhos que cabe a você seguir, ou não.


22 junho 2015

[RESENHA] Laços Inseparáveis- Emily Giffin

 
Título Nacional: Laços Inseparáveis
Título Original: Where We Belong
Autora: Emily Giffin
Editora: Novo Conceito
Páginas: 445
 
Vocês, obviamente, já esconderam algum segredo (por mais bobo que pareça ter sido) ou já devem ter lido um livro que ilustra essa temática. Em Laços Inseparáveis temos Marian Caldwell, roteirista de uma série televisiva conhecida, que escondeu um segredo por 18 anos acreditando que ele jamais voltaria a superfície. Ate que um dia, sem qualquer aviso, ele bate na sua porta e não há como fugir. Já Kirby Rose, é uma garota de personalidade forte, mas acredita que essa personalidade poderia ser mais sólida se soubesse de quem ela teria puxado a cor dos seus cabelos, seu porte físico, sua voz e as orelhas grandes. E mais do que isso, será que o seu jeito tão determinado e que muitas vezes foge do esperado tem alguma relação com a sua família biológica?
 
Marian e Kirby são duas mulheres separadas por uma escolha voluntária, feita às pressas e sem maturidade. Mas que no fim trouxe resultados positivos apesar dos obstáculos nesse percurso. Laços Inseparáveis conta a história de Marian que após engravidar na adolescência entrega a filha para a adoção e tenta viver repetindo para si mesma que nada demais aconteceu que foi a melhor decisão que ela poderia ter tomado. Pois, basta olhar para as suas conquistas para perceber que com um filho ela jamais teria consolidado uma carreira na televisão, ter se estabilizado financeiramente e conhecido um homem que além de gentil também é reconhecido.
 
 
Kirby, apesar de ter sido criada por uma família incrível, que a acolheu e acompanhou todos os seus passos, de repente se sente deslocada, uma estranha no ninho. Talvez isso seja apenas uma crise da adolescência, mas pode ser que essa crise seja o impulso que ela precisava para descobrir quem é a sua mãe biológica, a razão dela ter sido entregue para a adoção, será que foi pura rejeição? Seu nascimento teria sido um acidente? São muitas perguntas que foram crescendo dentro dela desde a infância e que agora explodem na adolescência. E como eu já mencionei ela é uma garota determinada e vai correr atrás de uma parte desconhecida de sua história.

"(...) Tenho uma sensação engraçada por dentro e, então, percebo o que é. É a sensação de saber onde mora meu coração." p.434

 
Desde que iniciei a leitura foi difícil largar o livro, cheguei a última página em uma velocidade incrível, tomada cada vez mais por uma ânsia de conhecer as partes em branco da vida de Kirby, na verdade, antes de ela nascer. Estava aflita pelo encontro com o seu pai biológico, qual seria a reação dele e como os pais de criação lidariam com uma filha que além de se negar a ir pra faculdade e participar de sua festa de formatura dentre outras experiências que eles consideram importantes, também traria a tona seus pais biológicos. Será que os pais de criação não são suficientes?

 
Laços Inseparáveis é um livro repleto de sentimentos e uma história tão humana que é impossível não se envolver. Algumas vezes parei a leitura para ficar analisando os personagens, suas ações e mudanças. Marian que desde a adolescência era uma garota contida, com uma vida toda planejada, a garota certinha, sai dos rumos, mas tenta voltar aos trilhos entregando sua filha para uma família que poderia estar mais apta que ela para cria-la. Por vezes ela se mostra superficial e fútil na vida adulta, em alguns momentos parece que a Kirby, sua filha, é mais madura que ela.  Mas eu acredito que isso se deve, em parte, pela influência da mãe na sua criação já que ela é um pouco arrogante e resolve tudo com algumas comprinhas. Mas os personagens evoluem e são muito bem desenhados.

O livro é dividido entre capítulos que mostram a perspectiva da Marian e da Kirby que se entrelaçam. Ele também cumpre com o que está escrito na sinopse e faz justiça a frase: "O lugar ao qual pertencemos é onde menos esperamos nos encontrar". O ponto negativo fica por conta de algumas partes previsíveis e que eu acho que poderiam ter sido, como posso dizer mais difíceis, gosto de complicar um pouco a vida dos personagens. Mas é um livro intenso e eu recomendo para aqueles que gostam de livros que falam sobre relacionamentos, família e autoconhecimento.