Título original: Life Of Pi
Título nacional: As Aventuras de Pi
Autor: Yann Martel
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 371
Nem acredito que finalmente irei publicar essa resenha, depois de um ano tentando ler o livro! Mas não me entendam mal, não é que o livro seja ruim, porque realmente não é esse o motivo. Ele só traz informações demais e detalhes que para o andamento da leitura foram um pouco irrelevantes; e capítulos que mesclam 4 páginas a duas linhas...
Adquiri o livro depois de ouvir muitos comentários positivos sobre o filme, escutei que se tratava de uma história forte, delicada e que me faria acreditar em Deus. Então comecei a ler o livro bastante ansiosa e de olho na promessa.
A história gira em torno de um menino indiano, Piscine Molitor Patel, também conhecido como Pi, um menino que sofreu um pouco de Bullying na época da escola devido aos apelidos em torno de seu nome, mas que de uma forma criativa mudou essa situação. Aos poucos vamos conhecendo a sua família, hábitos, religião e o espaço aonde ele foi criado. Pi viveu rodeado pelos animais do zoológico do qual o pai era proprietário e algumas cenas nesse ambiente me marcaram mais do que a parte do naufrágio, que eu irei contar um pouco mais adiante.
Outro fato que me chamou bastante atenção foi a sensibilidade do garoto e como ele foi se descobrindo. Tem um capítulo onde é narrado uma situação constrangedora em relação as suas religiões (ele era hindu, cristão e mulçulmano). Na verdade, Pi, começou a conhecer várias religiões e a praticar coisas específicas de cada uma sem que os outros soubessem. Até que em um momento isso vem a tona e a situação apesar de ser ruim para o protagonista é bem engraçada.
Depois de algumas cenas de sua infância e adolescência (que se estende um pouco) chega o grande momento, que são as cenas do naufrágio. O que vou dizer não é nenhum spoiler, pois está na orelha do livro. Em um dado momento o pai de Pi decidi vender o zoológico e grande parte dos animais para se mudar para o Canada. Nisso, eles embarcam no navio japonês tisimtsum na companhia de alguns dos animais. Devido a uma grande tempestade e a fragilidade da embarcação o navio naufraga dando fim a família do protagonista (mãe, pai e um irmão). É uma cena bem triste e ao assistir o filme fiquei um pouco emocionada.
A partir desse fato o garoto consegue escapar em um bote que logo revela a presença de outros animais, como uma zebra, um orangotango, uma hiena e o tão falado tigre de bengala com um nome muito chique: Richard Parker. Há uma história por trás do nome do animal, é curta, mas vou deixar esse detalhe para quando vocês lerem o livro. Enfim, o final desses animais, com a exceção do tigre foi algo que me marcou também e me deixou bastante irritada.
Após restar no bote apenas o protagonista e o tigre eles passam um longo tempo juntos, mas não pense que essa relação foi fácil. O fato de Pi ter tido uma vivência no zoológico foi essencial para que ele domasse o tigre e ambos se mantivessem vivos. Sinceramente, apesar dos inúmeros detalhes eu não sei em quais partes o personagem está lúcido ou narrando acontecimentos fantasiosos. Vou deixar isso em aberto. Pois pela sua condição de fome, desidratação, insolação e a perda da família obviamente mexeu com suas estruturas e levou a alguns delírios.
Como eu disse no início, o livro é muito rico em detalhes, alguns só serviram para arrastar a leitura e muita, muita coisa presente no livro não está no filme porque realmente em tão pouco tempo seria impossível explorar tantos fatos.
Não vou mentir, a história me tocou de uma forma singular apesar da minha demora em finalizar a leitura. E se ele cumpriu com a promessa? Bem... apesar de ser uma ficção, guardei muitas lições e reflexões do personagem comigo e que me deram força. E sim, me fizeram acreditar mais em Deus ao ver o quanto ele acreditava na sua salvação, que não estava sozinho e que ele apesar de todo tempo ocioso e solitário em meio ao Oceano Pacífico nunca deixou de orar. Ah, quero dar uma informação importante, o livro é uma história contada por Pi, para um escritor.