Título original: Finding Audrey
Título nacional: À Procura de Audrey
Autora: Sophie Kinsella
Editora: Galera Record
Páginas: 336
Semana passada, no instagram, vi uma blogueira fazendo um comentário sobre À Procura de Audrey, e confesso que foi a primeira vez que li uma avaliação do livro. Ao procurar pela sinopse fiquei extremamente interessada por se tratar de bullying e, apesar de eu já ter lido vários livros sobre o tema nesse ano, meu interesse continua.
Preciso dizer também que esse foi o meu primeiro contato com uma obra da Sophie Kinsella, que inclusive esteve na Bienal do Rio. Não estive lá mais acabei acompanhando o bate papo dela pelo Periscope e amei!
Á Procura de Audrey, tem como tema central a Audrey, uma garota de 14 anos que levava uma vida comum para qualquer garota da sua idade, até que ela passa a ser vítima de bullying na sua escola. Desde então ela perde o interesse pela vida e é diagnosticada com transtorno de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada e episódios depressivos, passando a ficar confinada em sua casa. Outro hábito da garota é usar sempre óculos escuros, não importa o tempo ou se ela está em ambientes fechados. Isso porque ela não consegue manter contato visual nem com seus familiares que, inclusive, são muito presentes na história. Aos poucos, ela vai tentando se recuperar através de conversas com a terapeuta que vai passando algumas lições para que ela consiga fazer contato visual, receber visitas em casa sem ficar apavorada e finalmente sair de casa.
"Ao olhar para alguém diretamente nos olhos, sua alma inteira pode ser sugada por um nanossegundo. É a sensação que dá. Os olhos dos outros são ilimitados, e isso me assusta." p.22
Como eu disse os familiares da Audrey são muito presentes no enredo, grande parte da história conta com a participação de seus irmãos e, principalmente da mãe. O que torna a história engraçada e ao mesmo tempo traz assuntos sérios.
A vida de Audrey começa a mudar quando ela é apresentada a um amigo de seu irmão, Linus. Imediatamente ela "surta", mas com as idas e vindas do garoto ele inicia conversas com ela através de bilhetes e, devagarinho, no seu tempo, Linus vai ajudando Audrey a enfrentar seus medos e pensamentos negativos que dizem coisas do tipo "eu não deveria existir".
"Episódios. Como se a depressão fosse um seriado de comédia, sempre com uma tirada hilária. Ou uma série de TV cheia de suspense e finais abertos. O único suspense em minha vida é: "será que um dia vou conseguir me livrar dessa merda?!", e, pode acreditar fica bem monótono." p.19
O que me chamou atenção no livro foi a veracidade, a sensibilidade e o bom humor diante de um desequilíbrio mental que é capaz de deixar o indivíduo tão vulnerável. Me identifiquei muito com a personagem porque passei exatamente pelas coisas que ela passou, era um desafio sair de casa e assim como ela me sentia acolhida na escuridão. Entretanto o meu Linus foi Deus. Pois na vida real as pessoas podem ser cruéis, elas nem sempre são compreensíveis e acabam por diminuir a nossa dor. Enfim, recomendo imensamente a leitura já que ele se tornou o meu livro preferido nesse ano! Posso afirmar que uma história nunca se encaixou tanto na minha vida como essa.