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18 março 2015

[QUOTES] O oceano no fim do caminho- Neil Gaiman

 
Os quotes dessa vez são de um livro no qual eu me identifiquei bastante com o personagem, sua paixão pela leitura e a timidez desde a infância. E confesso que fiquei surpresa quando o meu palpite confirmou-se:  o personagem do romance tem fundo autobiográfico.
 
QUOTES:
 
"Eu fazia amigos devagar, quando os fazia." p.18
 
"Eu não era uma criança feliz, ainda que, de vez em quando, ficasse contente. Vivia  nos livros mais que em qualquer outro lugar. " p.22
 
"Não lembro como os sonhos começaram. Mas é assim que os sonhos são, não é mesmo? " p.38
 
"Crianças pequenas acham que são deuses, ou pelo menos algumas acreditam nisso e só ficam satisfeitas quando o resto do mundo concorda com o seu jeito de ver as coisas. " p.64
 
"As histórias para adultos nunca faziam sentido, e a ação nelas demorava muito a acontecer. Elas me davam a sensação de que havia segredos, segredos maçônicos, míticos envolvendo a idade adulta. Por que os adultos não queriam ler sobre Nárnia, ilhas misteriosas, contrabandistas e fadas traiçoeiras? " p. 66
 
"Quando estava  lendo o meu livro eu não tinha medo de nada: estava bem longe (...)" p.66
 
"Adultos seguem caminhos. Crianças exploram. Os adultos ficam satisfeitos por seguir o mesmo trajeto, centenas de vezes, ou milhares; talvez nunca lhes ocorra pisar  fora desses caminhos, rastejar por baixo dos rododendros, encontrar os vãos entre as cercas." p.70
 
"A chuva também caia no meu rosto, quando eu dava sorte, e eu me imaginava em meu barco no oceano, navegando ao sabor da maré. Eu não me imaginava um pirata, nem tinha destino certo. Simplesmente estava no meu barco. " p.74
 
" Desde pequeno eu sempre pegava várias ideias emprestadas dos livros. Eles me ensinaram quase tudo o que eu sabia sobre o que as pessoas faziam, sobre como me comportar. Eram meus professores e meus conselheiros." p.92
 
" Com vinte e poucos anos, finalmente me aproximei do meu pai. Nós tínhamos muito pouco em comum quando eu era criança e tenho certeza de que o deixará desapontado. Ele não pediu um menino com um livro, fechado em seu mundinho." p.191
 
" Uma história só é relevante, suponho, na medida em que as pessoas na história mudam." p.193



05 novembro 2014

[RESENHA]: O Oceano No Fim Do Caminho- Neil Gaiman


Título Original: The Ocean at the End of the Lane
Título: O Oceano No Fim Do Caminho
Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
Páginas: 205

"O oceano estava de volta ao lago, e o único conhecimento que ficou em mim, como se eu tivesse acordado de um sonho num dia de verão, foi de que não fazia muito tempo que eu sabia tudo."

Um oceano, aparentemente, sem largura e profundidade para ser um oceano, monstros que tinham na sua essência pano cinza e esfarrapado (pulgas) com feições humanas que brigavam por um lugar na Terra oferecendo as pessoas dinheiro e as discórdias que o mesmo pode proporcionar. Um suicídio que pode ter alguma relação com os fatos e pássaros vorazes ávidos por comerem tudo, inclusive sua alma, faxineiros por função.
No entanto, um garoto (não sabemos seu nome) de sete anos parece ter, involuntariamente, sido a porta para tantos acontecimentos de arrepiar. E é ele quem narra toda a história trazendo suas percepções e dores da criança que ainda vive nele.
Tudo começa, quando esse garotinho, agora um adulto, retorna as redondezas de onde viveu sua infância, um lugar específico dá o start para que as lembranças retornem com rapidez e força: A fazenda das Hempstock. Elas são as gerações de mulheres que estiveram ao lado do menino e o fizeram mergulhar em um mundo que um adulto jamais acreditaria.
"Eu não era uma criança feliz, ainda que, de vez em quando, ficasse contente. Vivia nos livros mais que em qualquer outro lugar."
(p.22)
"Com vinte e poucos anos, finalmente  me aproximei do meu pai.
Nós tínhamos muito pouco em comum quando eu era criança, e tenho certeza de que o deixava desapontado. Ele não pediu um menino com um livro, fechado em seu mundinho."
(p. 191)
Neil Gaiman mais uma vez surpreende, estende a mão e te pede coragem para conduzi-lo em direção a um universo singular e aterrorizante não só para uma criança de sete anos que tem suas maiores experiências e ensinamentos advindos dos livros, mas para o leitor que se arrisca a ir com ele. A partir do momento em que o personagem, já na meia idade, volta o passado é impossível não seguir cada passo.
Ao ler a fábula, ficou mais uma vez incontestável a genialidade do autor. Com um repertorio e uma escrita fantástica ele detalha sensações e prazeres da infância, os medos infantis aos olhos dos pais, como algo a ser punido, combatido e desacreditado. Mais ainda, os livros e nossas experiências, nessa fase que parece passar tão rápido, e como ela molda o adulto que nos tornamos.