Título: Morte Entre Poetas
Título Original: Muerte Entre Poetas
Autora: Ángela Valley
Editora: Primavera Editorial
Páginas: 316
Sinopse
O que deveria ser apenas um encontro entre prestigiosos membros da literatura nacional, convertesse em algo perturbador, ao ser assassinado com uma punhalada no coração um dos poetas participantes. Nacho Arán, poeta e meteorologista, chega ao local pouco depois de perpetrado o crime. Livre de suspeitas, Nacho dedica-se a investigar os outros participantes. Logo descobrirá que quase todos eles têm algo contra o morto e perceberá que o requinte intelectual e a suposta sofisticação da cultura não servem como vacina contra o mal e as paixões violentas, contra o ódio e o desejo de vingança.
Fábio Arjona, foi um poeta polêmico, mas não pelo
seu (questionável) talento. E sim, por ao longo de sua vida
ter cultuado várias inimizades com suas críticas ácidas e uma completa falta de caráter. E é a sua misteriosa morte no
badalado Congresso que reuni conceituados poetas, que precisa
ser desvendada nessa história perturbadora.
Nosso protagonista, Nacho
Arán, um metereologista que se ocupa também com a
literatura, mais precisamente, escrevendo poesias que envolvem principalmente
as mudanças no tempo e seus encantos, pela primeira vez, recebeu um
convite para o Congresso (Cigarral), local onde Fábio fora assassinado
horas antes de sua chegada. Um prato cheio para Nacho, já que o mesmo criou com
a tia um site no qual se comprometem a investigar, com ajuda de leigos e
hackers, alguns crimes.
Nacho, no entanto, se apresenta como um homem
inseguro e que dúvida de seu potencial como poeta. É frequente no livro
passagens que demonstram sua ansiedade perante o convite e após sua
chegada ao Congresso. Para aliviar a tensão e espantar os insistentes
pensamentos sobre, não ser um escritor a altura para ter recebido tal
convite e com receio de um vexame em público, ele se dedica a pesquisar sobre a
vida de cada poeta presente no Cigarral, isto é, suas obras e premiações.
Dentre essas pesquisas, é claro, inclui o nome do falecido Fábio Arjona e a
descoberta de informações que podem ser úteis na sua pretensiosa investigação.
Porém, Nacho, inicialmente não precisa de
muito esforço para tal pesquisa, já que estranhamente, os demais
escritores e, consequentemente, suspeitos de tal assassinato se prontificam a
lhe contar, suas razões pessoais para odiarem Fábio sem o menor pudor.
"De onde vinha essa necessidade que quase todos deixavam transparecer no Cigarral de expressar-lhe seus motivos para odiar Fábio? Estariam se justificando? Estariam se acusando inconscientemente, porque tinham má consciência? E, se tinham má consciência, qual era a causa?"
(Morte Entre Poetas, p.106)
Para os amantes de romance policial, Morte Entre Poetas se tornará um livro
inesquecível. A ideia de unir poesia, reflexões sobre a escrita,
vaidade, a questão do plágio, a homossexualidade e até a assexualidade tornam
a história singular e atual. Os leitores também irão lembrar dos livros da aclamada
autora Agatha Christie. Particularmente, até consegui ver semelhanças com O
Assassinato no Expresso do Oriente- Agatha Christie . Isso porque em ambos os livros há
vários suspeitos para o crime, aparentemente todos tem alguma motivação para
tê-lo executado e devem ficar confinados no local até que o
mesmo seja devidamente esclarecido.
Outro fato que torna Morte Entre Poetas uma obra
impar foi à maneira como a escritora conseguiu aliar de forma inteligente e bem
humorada a literatura com uma investigação policial sob a perspectiva
de um detetive amador. Além dos vários personagens onde cada
um apresenta uma visão apurada e crítica da vida com auxilio de trechos poéticos.
Figuras diferentes, mas com um drama em comum, todos foram vítimas da falta de
caráter de Fábio Arjona no "mundo literário". Há também muitas referências de
outras obras e escritores no decorrer das páginas e como um bom romance
policial só é possível larga-lo quando o mistério é desvendado.
Sobre a autora:
Ángela Vallvey Árevalo é poetisa e romancista. Nasceu em San Lorenzo de Calatrava , Ciudad Real, Espanha. Exerce o jornalismo em diversos órgãos de imprensa, rádio e televisão.
Entre seus livros, cumpre destacar A la caza del último hombre salvaje (À caça do último homem
selvagem), traduzido por prestigiadas editoras europeias, Los estados carenciales (Os estados carentes) (Prêmio Nadal 2002), No lo llames amor (Não o chames amor), Todas las muñecas son carnívora (Todas as bonecas são carnívoras) e La ciudad del diablo (A cidade do diabo) (Prêmio Ciudad Cartagena de Novela Histórica 2006), todos publicados pela Editora Destino.