Sinopse:
Saba passou a vida inteira na Lagoa da Prata, uma imensidão de terra desértica assolada por constantes tempestades de areia. O lugar não a incomoda, contanto que o irmão gêmeo, Lugh, esteja por perto. Quando, porém, uma gigantesca tempestade chega trazendo quatro cavaleiros de mantos negros em seu rastro, a vida que Saba conhece chega ao fim: Lugh é raptado e ela tem que embarcar em uma perigosa jornada para resgatá-lo. Repentinamente jogada na realidade selvagem e sem lei do mundo além da Lagoa da Prata, Saba não consegue pensar no que fazer sem Lugh para guiá-la. Por isso, talvez a maior surpresa seja o que descobre sobre si mesma: é uma lutadora incansável, uma sobrevivente feroz e uma oponente perspicaz. Com a ajuda de um audacioso e atraente fugitivo e de uma gangue de garotas revolucionárias, Saba se torna a protagonista de um confronto que vai mudar o destino de sua civilização. Com ritmo arrasador, ação constante e uma história de amor épica, Caminhos de Sangue é uma aventura grandiosa ambientada em um mundo futurista e violento. (Skoob)
"Num consigo falar, num consigo respirar.
O Lugh foi embora.
Meu coração de ouro foi embora.
Eu ajoelho na poeira.
As lágrimas escorrem pelo meu rosto.
E uma chuva forte, vermelha, começa a cair." (Caminhos de Sangue)
Saba, não desconfiava que a leitura que seu pai fazia das estrelas e as histórias que ele contava pudessem ser reais. A protagonista dessa grandiosa aventura, Saba, vive na Lagoa da Prata juntamente com o irmão gêmeo Lugh alguém que ela admira imensamente, a irmã mais nova, Emmi e o pai.
Os irmãos sempre acharam estranho o fato de morarem muito afastados da civilização. Eles viviam sem ver praticamente ninguém, a não ser um vizinho. A Lagoa da Prata também já foi uma lagoa de verdade, mas de acordo com o livro ela secou e isso fez com que a pequena família passasse por dificuldades.
Em um certo dia, após uma fervorosa discussão com o pai, Lugh é capturado sem mais nem menos, naquele lugar que todos juravam estarem isolados. Sem conseguir fazer nada para libertar o irmão Saba promete que irá encontra-lo de qualquer maneira.
Decidida em cumprir sua promessa, a jornada para encontrar o irmão tem início, porém Saba encara a irmã mais nova, Emmi, como um grande empecilho. As duas definitivamente não se dão bem. Uma despreza a outra. Emmi é fraca, magricela, tem 9 anos e é muito pequena para idade. Por um momento a protagonista pensa em deixa-la pra trás abandonada a própria sorte. Mas segue com ela pois no fundo sabe que Lugh, o irmão que ela tanto estima, não faria isso.
Quero frisar novamente que Saba só conhecia a Lagoa da Prata e não sabia o que poderia encontrar pela frente. Não estou falando apenas dos rigores da natureza, mas de seres humanos maldosos.
E outros problemas não demoram a surgir. Para encontrar o irmão, Saba passa por vários obstáculos que definitivamente testam as suas resistências. A começar pela Vila Esperança, que de esperança não tem nada! Mas apesar de todo o sofrimento o saldo é positivo! Afinal, ela conhece uma outra forma de amor, diferente do familiar, diferente de toda aquela veneração por Lugh.
Definitivamente o livro me surpreendeu! Inicialmente eu não esperava muito dele, procurei por resenhas e comentários e me deparei com muitas críticas negativas. Algumas sem o menor fundamento com relação a condução da narrativa.
De forma alguma achei a narrativa da Saba desinteressante ou cansativa, muito pelo contrário, ela só é diferente do que a maioria dos leitores está acostumada e por isso pode causar certa estranheza. Isso porque o livro é escrito em uma linguagem informal, com expressões próprias da fala oral, sem preocupação com a gramática, e eu gostei muito disso, pois ficou com uma marca própria e foi fiel a caracterização da protagonista. Afinal, ela não frequentou uma escola, não conviveu em grupo. As únicas pessoas que ela conhecia era o irmão, teve pouco contato com a mãe, falecida, um pai com sinais de depressão e uma irmã que ela não aceitava.
O comportamento duro, espontâneo, repleto de grosserias da Saba é apenas um reflexo de sua criação. Mas aos poucos ela vai aprendendo a ser generosa e grata.
O que me assustou e eu tentei até o final compreender foi aquele fanatismo pelo irmão gêmeo! Mas nas últimas palavras da última página penso que consegui entender um pouco. A Saba precisava conhecer quem ela era e o seu potencial. Força, coragem e determinação eram características que, até certo ponto, ela só conseguia enxergar no irmão.
Outro ponto que vejo como positivo é o fato de não haver triângulo amoroso. A personalidade do Jack (par romântico da Saba) também é adorável e de certa forma me lembrou o Patch da série Hush Hush.
Fiquei apaixonada pela história e ao mesmo tempo contente por ele ser uma série. As páginas também sempre levam o desenho do esperto corvo de estimação da Saba e esse detalhe deixou o livro com um diferencial.
Peço que relevem o comentário da Publisher Weekly na capa se referindo a Jogos Vorazes, porque pra ser sincera, achei o livro até melhor, em alguns aspectos, que Hunger Games. São histórias diferentes, mas ambas marcadas pela violência, ganância, poder e com uma protagonista fria e batalhadora.