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26 janeiro 2015

[RESENHA] Confissões On-line/ Bastidores da Minha Vida Virtual- Iris Figueiredo





Título: Confissões On-line- Bastidores da minha vida virtual
Autora: Iris Figueiredo
Editora: Generale
Páginas: 229
Livro Nacional
 
Antes mesmo de começar a ler Confissões On-line eu já aguardava por uma grande história. E não me decepcionei. Sou uma fã declarada da autora, Iris Figueiredo, e tento acompanhar tudo o que ela escreve, desde os seus livros, passando pelo seu blog, o Literalmente Falando, até os seus tweets com observações bem-humoradas e outros bem sérios.

Iris sabe falar sobre trivialidades de forma engraçada, mas também sabe tratar de assuntos delicados com muita seriedade e isso transpareceu também na sua obra.

Em Confissões On-line, a protagonista Mariana, é desafiada a encarar seu último ano do ensino médio com certa indiferença e isso realmente não estava nos seus planos.

Aquela garota que era popular tinha vários amigos, um namorado por qual era apaixonada e tinha o apoio de todos de repente se vê completamente sozinha e sendo torturada por frases de mau gosto pintadas pelas paredes e olhares cheios de desconfiança, repulsa e agressividade.


De início acompanhamos uma protagonista traumatizada com os últimos acontecimentos de sua vida e ao tentar esconder as feridas não se abre sobre o assunto que a atormenta. Nem mesmo com sua única melhor amiga Carina, uma garota que leva a vida com rédeas curtas devido a uma criação rígida. Mas nem por isso ela deixa de se meter em confusões na companhia de Mariana. O lado bom é que essas estripulias rendem boas risadas para o leitor, o ruim é que demoramos a tomar conhecimento do que realmente aconteceu para que Mariana fosse severamente julgada de uma forma tão hostil e desumana no seu colégio (e seja lá o que fosse nada justificava tudo aquilo). E essa demora da Mari em colocar o leitor a par dos fatos desperta curiosidade e é um dos motivos que impulsionou a minha leitura.

Assim, nesse clima de discórdia e provocações na aula, o que era para ser um ano único repleto de promessas de união, nervosismo com o vestibular que se aproxima e entrada na vida adulta tem tudo para ser um grande vazio para Mari. Mas apesar do caos em sua escola e não ser muito querida por lá Mari, tenta levar sua vida com alguma normalidade e aproveitar as pequenas e grandes coisas que ainda lhe restou. Afinal, a adolescência não vai durar para sempre e uma vida de enormes responsabilidades e incertezas se aproxima.

Dessa forma, Mari tenta fazer das banalidades grandes momentos. Como matar aula para comprar o ingresso para o show da sua banda favorita (Tempest); navegar na internet e fazer dela um meio de expressão e desabafo através do canal que criou sem pretensão alguma, o Marinando, e acompanhar a sua irmã mais velha, Melissa, em sua interminável saga de noiva, registrando seus chiliques com uma câmera.

"Eu poderia ter criado um blog. Parecia mais fácil escrever e fotografar aquilo que eu queria contar, mas eu tinha muita preguiça. Vídeos eram rápidos e eu gostava de falar. Na verdade eu precisava falar." p.13

Mari só não poderia imaginar que todas essas coisas transformariam definitivamente a sua vida. 
O show do Tempest que já era um sonho por si só conseguiu superar toda e qualquer expectativa e lhe rendeu um vídeo com muitos acessos. E não parou por ai já que foi a partir desse show que ela se aproximou de verdade do " moço das covinhas", que na realidade se chama Arthur, mas responde por Tuca também.

E as loucuras da irmã não ficaram para trás e sem o consentimento da família, Mari posta os vídeos com as exaltações da irmã, no seu vlog. O resultado são milhões de visualizações e um novo hit na internet para consagrar o ano.

Só não pense que tudo foram flores. Expor sua irmã para o Brasil inteiro teve consequências negativas como um grande desentendimento familiar e uma breve separação entre irmãs. O lado positivo fica por conta das entrevistas que surgem tanto para Melissa quanto para Mariana. E a partir daí as portas se abrem e Mari se vê diante da oportunidade de realizar um grande sonho: fazer um intercâmbio.

Mesmo com a possibilidade de algumas coisas se acertarem em sua vida, as preocupações de Mari não terminam e se estende a melhor amiga. Isso porque Carina dá sinais de que pode estar sofrendo de transtorno alimentar. Mas apesar de todos as tentativas de conversa para tentar ajudar, ela não sabe como abordar o assunto e fazer com que a amiga se alimente de forma saudável e recupere seu peso. E de repente o medo de perder Carina paira sobre a cabeça de Mari e pesa o seu coração.

"Eu não fazia ideia de como era se sentir mal consigo mesma a ponto de se odiar, mas eu queria entender o que levava alguém a se sentir de tal forma. Era preciso entender para que eu conseguisse ajudar a amiga que eu mais amava e que mais tinha me ajudado até então."  p.161



Já falei que gostei muito do livro, mas vou repetir. Iris escreve de uma forma que deixa o leitor fascinado pela história. E apesar de ser um livro que trás à tona um período que é inesquecível e muito abordado por outras autoras, o ensino médio e a questão do intercâmbio, Iris conseguiu fazer isso de uma forma singular. Nem todos os autores conseguem expressar de uma forma tão verdadeira e sensível as inseguranças de um adolescente com relação a sua vocação e com o corpo a ponto de maltratá-lo e afetar toda a sua saúde. A autora consegue expor a anorexia e a bulimia de uma maneira delicada e sob várias perspectivas.

"Eu não saio mais segura da escola. Eu continuo cheia de medos e incertezas." p.191

O casal do livro me conquistou por ter os pés no chão e respeitar os sonhos e os caminhos um do outro, já que ambos estão em uma fase diferente da vida. E não tem como não se apaixonar por Arthur e querer descobrir os seus segredos. Apesar do final do livro nos deixar uma grande interrogação com relação ao garoto, assim como a Mari fiquei com a pulga atrás da orelha.

Mesmo com todas as confusões da Mari, o universo deu um jeitinho de conspirar a seu favor e mostrar que nem tudo que é ruim dura para sempre. Agora é esperar a continuação do livro e acompanhar o crescimento e as descobertas da protagonista. Não vejo a hora de ver o Marinando atualizado!

Vou aproveitar a resenha para deixar o booktrailer pra quem ainda não viu ou nunca ouviu falar sobre o livro conhecer mais um pouquinho. Quero que muitos possam ler a história da Mariana.




22 novembro 2014

Minhas percepções sobre: A Bienal de Minas




Olá, queridos leitores!

Dos dias 14 a 23 de novembro aconteceu aqui em Belo Horizonte a IV Bienal do livro de Minas. E esse post traz pra vocês o que eu achei dos dias em que compareci ao evento. Peço perdão pela extensão do texto e pela qualidade das imagens que não ficaram lá muito boas.

Acompanhando a Bienal de  São Paulo, mesmo que de longe, através de blogueiros e amigos que foram, acho que criei expectativas enormes com relação a daqui de Minas. E, acabei por sentir falta daquela vasta gama de escritores internacionais (tivemos a Margaret Stohl autora da saga Dezesseis Luas), editoras (Leya, Farol Literário, Saraiva...) encontros de blogueiros, entrevistas com blogueiros literários (Pâm, venha pra BH) enfim, vi bastante atrações voltadas para o público infantil, para os apaixonados por quadrinhos e VENDAS.

Pra ser sincera, fiquei com a impressão de que o faturamento (money, money, money) foi o foco da Bienal mineira. Poucos estandes vendiam livros a preços realmente em conta, e aproveito esse momento para parabenizar o estande da Autêntica/Gutenberg não só pelos valores dos livros, mas na organização. Os demais, com raras exceções, alertavam para um desconto que na realidade não existia, além daqueles vendedores que tentavam laçar os visitantes para assinar revistas, foi terrível! Outro ponto foi a alimentação por preços absurdos!



Devido ao meu período de provas finais foi muito difícil presenciar todos os eventos que eu queria participar, apesar do meu esforço. Porém, no sábado acordei bem cedo determinada em ver e ter meus livros autografados pela Bruna Vieira. E qual foi a minha decepção? Ela só iria autografar um único livro, até a senha de número 220 e os outros duzentos e tantos fãs poderiam usufruir apenas de um rápido bate-papo (30 minutos). Pra começar, a entrada para o auditório foi uma tremenda bagunça com direito a pisões, xingamento e muita, muita indignação. Os seguranças e organizadores da palestra da Bruna deram um show de estupidez. Não culpo a Bruna pelo ocorrido, acredito até que se dependesse exclusivamente dela todos os fãs sairiam felizes com seu autógrafo, beijinho vermelho e a tão almejada foto.


Vou aproveitar pra falar um pouco sobre o conteúdo do Bate-papo. Bom, a Bruna foi muito simpática, como sempre, com aquele sorrisão vermelho que a gente ama e transbordando animação. Ela falou do quanto ela se sente sortuda por ser cercada de tanto carinho, admiradores e por ter o emprego dos sonhos. Disse que foi sua professora de História que a indicou para as editoras (e que não é fácil conseguir uma e aconselhou persistência nos sonhos). Revelou que tem mais três livros pra serem lançados no anos que vem: o terceiro livro da série Meu Primeiro Blog, um com a Paula Pimenta e outros autoras e, por último, um livro de quadrinhos onde a própria é a personagem. Ela também falou um pouco de suas viagens em resposta a perguntas dos fãs, sobre a composição da música de seu último livro (era um sonho dela escrever uma música) e que tem planos de voltar para a faculdade e fazer rádio-tv.
Posso afirmar que foi muito enriquecedor ouvir e ver mais de pertinho alguém que eu admiro tanto. Guardei cada frase dela pra mim e, principalmente a questão das oportunidades que a vida nos oferece, sendo que uma pequena oportunidade vai puxando outras ainda maiores, basta aproveitar.



(Ela chegando pelo corredor, comecei a tremer, logo as fotos saíram tremidas, haha)


Ah, gente eu pude conhecer a Iris Figueiredo também, autora de Confissões Online e blogueira no Literalmente Falando, fiquei supercontente e dessa vez consegui autógrafo! A Iris é um amor de pessoa vocês precisam ver aquele sorrisão dela, é contagiante.



Vou finalizar o texto por aqui e espero, definitivamente melhorias pra próxima Bienal. Que os erros sejam pensados, a infraestrutura revisada e o pessoal responsável pela organização escolhido com mais critério. Faltou respeito e sobrou fãs frustrados!