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16 março 2015

[RESENHA] A cura da infelicidade- Katherine Sharpe

 

 
Título nacional: A cura da infelicidade: como os antidepressivos melhoram, pioram e moldam a vida de milhões de pessoas.
Título original: Coming of age on Zoloft: how antidepressants cheered us up, let us down, and change who we are.
Autora: Katherine Sharpe
Editora: Gutenberg
Páginas: 303
 
 
"A cura da infelicidade", é um dos livros que adquiri na Bienal de Minas e não me arrependo. Além do preço que não afetava o bolso, seu tema chamou minha atenção por ser um assunto que tem a ver com os meus estudos, afetar diretamente a minha vida e de outras pessoas que estão deprimidas e resistente a procurar uma ajuda profissional. Mas, atenção, o objetivo dele não é dar conselhos médicos e ao contrário do que o título possa nos levar a pensar ele não é um livro de autoajuda.
 
O livro trata-se de uma reunião de depoimentos de pessoas que tomaram e ainda tomam antidepressivos. Contando com a própria autora que deixa claro sua relação com os medicamentos e não tem receio de expor seus questionamentos quanto a terapia e de dizer abertamente como era a Katherine antes e depois de ser diagnosticada com depressão.
 
Com base em um jornalismo investigativo, entrevistas com médicos e a opinião de diversas pessoas que fazem o tratamento, em várias faixas etárias, Katherine, mostra os pontos positivos e negativos de se tomar antidepressivos e trabalha também com o estigma que a doença carrega.
 
 
 
Pelos depoimentos foi possível perceber que depois de anos de ansiedade e de tristeza profunda a chegada do diagnóstico aliviaram essas pessoas, pois é como se elas tirassem de suas costas a culpa por ser uma pessoa sem ânimo, com alterações bruscas de humor e que pensa constantemente na morte.
 
Outras tomaram antidepressivos desde a infância e o que elas tem em comum são algumas perguntas: será que o medicamento me afetou a ponto de eu me tornar outra pessoa? Como eu seria sem os remédios? Outros já são gratos e acreditam que sem a terapia não estariam vivos.
 
"Não sei mesmo qual seria a minha personalidade sem os remédios, porque cresci sob o efeito deles."p.137
 
"Para mim, sempre senti que a depressão escondeu quem eu era realmente." p.132
 
São casos e casos, estórias de vida diversas de pessoas que se sentiram bem após a terapia e de pessoas que tomaram Prozac, Zoloft entre outros não alcançaram benefícios. Outro ponto bastante abordado foi a razão de os médicos não tocarem no assunto de "cortar" a medicação como se fosse mais fácil prescrever do que interromper a terapia. Além de uma discussão se eles não estariam sendo prescritos para casos de depressão verdadeira, mas para um mal-estar.
 
"E como muitas pessoas que usam antidepressivos por muito tempo, desenvolvi um efeito colateral que não consta na bula: o medo de viver sem eles."p.196
 
A abordagem e a sensibilidade da autora para um assunto tão sério e que muitas pessoas evitam, permitiu que eu prosseguisse interessada na leitura. A cada página que eu virava vinha a certeza de que encontraria uma nova estória e opiniões sinceras e tocantes. Identifiquei-me com alguns dos entrevistados que mencionaram a dificuldade de encontrar um profissional realmente interessado e preparado para um diálogo terapêutico em vez de apenas prescrever uma medicação. Mas uma das perguntas que me fez refletir, e é de fato o me faz sempre pensar duas vezes antes de procurar ajuda, é a seguinte: Será que preciso de medicamentos para me sentir melhor e aceitar coisas e situações que eu não gosto? Como, por exemplo, a faculdade, o emprego etc... Os remédios seriam uma fuga?
 
"A vida emocional não é diferente de cozinhar ou cultivar uma planta: se você se dedicar e usar bons materiais, é grande a chance de conseguir coisas boas ao fim de tudo." p. 168
 
 
 
Enfim, é um longo assunto e não teria como a autora esgotar o tema, apenas abrir espaço para uma discussão. É um livro que traz várias perspectivas, com uma linguagem simples de fácil compreensão e eu o recomendo para você que está com depressão (sei que muitos leitores e blogueiros sofrem com isso), pra você que convive com alguém nessa situação, pra quem está relativamente bem e para os estudantes da área da saúde. É uma obra enriquecedora e ao final ele conta com várias referências bibliográficas de artigos científicos, caso o leitor se interesse em obter mais informações.
 
 
 

09 fevereiro 2015

[QUOTES] Você tem sete mensagens- Stewart Lewis



Oi, gente!

Nesses poucos dias que passaram de 2015 eu já tive o imenso prazer de realizar leituras maravilhosas. E uma dessas leituras, mesmo sendo rápida, (é uma dica até pra vocês poderem ler na volta às aulas sem causar prejuízos as matérias) foi Você tem sete mensagens. A protagonista é uma garota que me marcou bastante por ser destemida, sensível e independente mesmo aos 15 anos de idade. E uma parte da história dela tem um pouco a ver com o que eu passei quando meu pai faleceu (e hoje, coincidentemente, faz 3 anos) e acredito que muitos de vocês, que já passaram pela experiência dolorosa de perder uma pessoa querida sabem como é e vão se identificar com a Luna.

Tomando como base o livro separei alguns trechos que eu mais gostei. =)

Quotes:

"Certa vez mamãe me disse que a verdade era como a minha pele, um lindo revestimento protetor, e as coisas que as pessoas diziam ou pensavam eram como roupas que podem facilmente ser trocadas ou descartadas." p.18

"Nenhuma escolha é estúpida se vem de você (...) Nunca deixe ninguém fazer você desistir das escolhas que o seu coração fez. É isso que a torna única." p.20

"Eu poderia ter morrido naquele momento, porque a ideia de viver sem uma pessoa que você ama é como ter duas mãos gigantes pressionando seu coração, deixando-o cada vez menor, até que tudo o que resta é a lembrança do calor." p. 20

"Quero acreditar que, embora o mundo tenha ficado mais duro, consigo encontrar um lugar seguro e aconchegante nele." p.189

"Às vezes a tragédia faz aparecer o que há de melhor nas pessoas."p.194

"Vou, porém, fazer o que puder para protegê-lo. Para mim ele ainda é uma flor pequenina e sinto que estou me tornando uma árvore forte. Haverá tempestades e ele precisará de abrigo."p.161

"Não vou desistir de você, Oliver. Às vezes o amor que construímos é destinado a sobreviver."p. 130

"Deixamos muitas coisas de lado quando julgamos apenas pela superfície. Precisamos ir mais fundo." p. 173